O uso de celular na infância pode realmente causar problema?????

Em 25/03/2025 por Dra Lívia Linhares Médica Psiquiatra e Clinica Geral

Dra Lívia Linhares Médica Psiquiatra e Clinica Geral

Clínica de Psiquiatria em Rio de Janeiro. A Dra. Lívia Linhares oferece atendimento personalizado em psiquiatria e clínica geral, com 22 anos de experiência em saúde, tanto presencial quanto por telemedicina.

Sim, o uso excessivo do celular pode prejudicar seriamente o desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social das crianças. Embora a tecnologia faça parte do nosso tempo, ela precisa ser usada com discernimento, limites e propósito, principalmente na infância, que é um período fundamental de formação do cérebro.

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1️⃣ Como o celular prejudica o desenvolvimento infantil?

A. Neurológico e cognitivo

A exposição precoce a telas altera o desenvolvimento do córtex pré-frontal, afetando atenção, memória e capacidade de autorregulação emocional.

Diminui a plasticidade cerebral natural da infância, pois substitui a experiência real pela passiva (ver ao invés de explorar).

B. Emocional e comportamental

Aumenta os riscos de ansiedade, irritabilidade, insônia e dependência de estímulo.

Crianças viciadas em estímulos rápidos e recompensas imediatas (vídeos curtos, joguinhos) apresentam maior dificuldade em lidar com a frustração e com atividades que exigem foco.

C. Social

Reduz a interação com outras crianças e adultos, prejudicando a empatia, a linguagem e o desenvolvimento de habilidades sociais.

Pode favorecer o isolamento e o comportamento compulsivo.

D. Físico

Causa sedentarismo, má postura, obesidade, distúrbios no sono e até problemas visuais.

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2️⃣ Qual a idade ideal para uma criança ter um celular?

A Sociedade Brasileira de Pediatria e outras instituições recomendam:

0 a 2 anos: Nenhum contato com telas (nem TV, nem celular).

2 a 5 anos: No máximo 1 hora por dia, com supervisão.

6 a 10 anos: Até 1h30 a 2h por dia, com conteúdo educativo e sempre com limites claros.

Acima de 12 anos: Pode ter celular próprio com orientação, mas com regras para uso consciente, tempo de tela e conteúdo acessado.

Recomendação prática:

Evitar dar celular antes dos 12 anos como ferramenta pessoal.

Oferecer acesso gradual e com propósito educativo.

Priorizar brincadeiras reais, leitura, atividades manuais, natureza e convívio social.

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3️⃣ Sinais de alerta de uso excessivo:

Irritação ao desligar o celular

Dificuldade para dormir

Isolamento

Desinteresse por brincadeiras ao ar livre ou por interações humanas

Regressão na fala ou no comportamento

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4️⃣ O que fazer como alternativa?

✅ Criar rotinas sem tela: histórias contadas, música, jogos de tabuleiro, jardinagem, culinária.

✅ Incentivar o contato com a natureza, onde o cérebro se equilibra.

✅ Usar óleos essenciais calmantes (lavanda, camomila) e fitoterápicos leves para melhorar o foco e reduzir ansiedade.

✅ Estimular o desenvolvimento com brinquedos sensoriais, livros ilustrados, e experiências reais.

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Conclusão:

O celular não deve ser o “babá digital” da criança. Seu uso deve ser consciente, supervisionado e sempre com limites claros. O desenvolvimento infantil acontece na realidade física e emocional, e não nas telas.

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